Reclamar, reclamar e reclamar!




Reclamar: Na maior parte das vezes, acto ou efeito de barafustar só porque sim.

É verdade, a necessidade constante de reclamar é intrínseca ao ser humano!
A super necessidade de reclamar contra tudo e todos faz parte do português!

Gostaria de partilhar convosco os factos que me levam a pensar tal coisa.

1º Quando nascemos já estamos a chorar.
Provavelmente reclamamos por estar a sair do quentinho para o mundo exterior.
Dei por mim a pensar e acho que nunca ouvi nenhum médico dizer que os bebés choram dentro da barriga da mãe, certo?

2º Quando somos crianças fazemos birra porque ninguém nos responde às trezentas perguntas que fazemos e que consistem apenas nisto: "Porque é que ....?".
Basicamente, reclamamos de não sermos compreendidos. Apenas queremos saber. Só isso!
Eu cheguei mesmo a pensar que o mundo dos adultos tinha medo que eu reunisse a informação necessária para conquistar o mundo com chupa-chupas, bonecos dos Transformers ou mesmo um xilofone (impressionante como é possível ter uma infância sem consolas não é juventude de hoje?)

3º Em adultos a nossa capacidade crítica torna-se ainda mais acérrima, mas também mais estúpida, visto que a reclamação atinge o nível extremo. 

As reclamações são sobre:
- Políticos (sejam eles de esquerda, direita do centro ou do cantinho).
- Fumadores (simplesmente porque existem)
- Chuva (porque molha e queríamos calor)
- Sol (porque provoca calor e queríamos um tempo mais morninho)
- Tempo morninho (porque queríamos que o S. Pedro se decidisse pela chuva ou pelo sol. O meio-termo mata-nos!)
- O amigo a quem ligamos às 10h ainda não retornou a chamada e já são 23h.
- O estrugido que deixamos ao lume e o marido se esqueceu de mexer e por isso queimou
- A roupa que o marido deixou no chão do quarto de banho e a toalha molhada em cima da cama
- O facto de no Facebook a partilha de imagens e posts não resolverem a fome em Africa
- O carro do vizinho ser melhor do que o meu
- O meu telemóvel não tira fotos em condições. O dos outros é que é!

4º Morte
Vivemos sem saber viver e sempre com o intuito de nos desviarmos da morte. Reclamamos com ela, mas esquecemo-nos que mais de metade das coisas que tudo o que fazemos na nossa vida nos coloca cada vez mais perto dela. Isso mesmo, viver mata. Às vezes há quem diga que ela "vem cedo demais"... Não, não vem. Ela chega sempre na hora certa. Não acredito que a senhora que transporta uma foice pesadíssima por aí saia da sua casa para vir buscar alguém ao engano...

Agora vou mexer o estrugido e arrumar a roupa antes que a minha mulher reclame comigo.
Eu já reclamei de várias coisas com ela, mas perdi sempre. Mas também, verdade seja dita... ela tem razão em tudo.

E a quantidade de vezes que eu usei o verbo "reclamar" neste texto? Merece alguma reclamação?
A ver vamos.

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